terça-feira, 16 de julho de 2013

Com tua saliva cuspida na cara do chão
Escrevo sem freio teu nome
Com tua cerveja derramada em vão
Escrevo teu telefone (que não responde)
Com teu riso aos montes
Te escrevo uma mentira de refresco
Com teu suor pingado da falha da testa
Na festa de um sol arisco
Te escrevo um livro no vício
Com teu fluído orgástico certeiro
Te escrevo uma nova bíblia
Mais safadisticamente esporradicamente interessante
Com o silêncio escondido
Bandido no cafofo do teu olho
Te escrevo uma vida inteira, meu bem

Nossa deixa
É rima mal feita
Borrada a caneta
Consertada a vai-vem
Fome perneta
Se curar não convém

terça-feira, 19 de março de 2013


Vinho quente
Colírio inconseqüente
Para ler a mente
Como cabelo enroscado
No pente
Se entende
Mesmo em língua diferente

Mas que seja língua tua
Cor de lírio acesa na rua
Garoando crua
Suada no poente
Pulsar de veia demente
Disfarçadamente
Até de repente
Sossegar-leão
Entranhada vertigem
Dormida no chão




quarta-feira, 31 de outubro de 2012

De volta, Brasil
De bolso meio vazio
De sangue mais vermelho
Hemorrágico desespero
De calar o nada
Saciar em brasa
A veia escondida
de voltas, perdida
tão roubada, consumida
ainda de pé, Latina
o céu aberto
tatuado na retina

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Me samba
Em cima
Da cama
Sem vergonha
Do nosso leito se quebrar

Tem o chão do quarto inteiro
Pra nudez se encontrar

Toca meu cavaco com a ponta do teu lábio
Toco sua cuíca com tudo que for língua
Até que se foda de SALIVA

Me engana
Te entranha
Se assanha
Descabela de lembrança

Até que o gozo carnal
Me traga

CARNAVAL









terça-feira, 25 de setembro de 2012

Agora
Fome sem hora
Sede de tudo
dentro da carne
feita de mundo

domingo, 16 de setembro de 2012

Rotina
Um mal visceral
de sucrilho matinal

se come

Lavagem cerebral

sábado, 25 de agosto de 2012

Poesia

Filha vadia

Surge doendo
De parto natural

Mas quem nasce

Sou eu