domingo, 14 de agosto de 2011

Se entregar ao abismo
Ser amante da queda
braços abertos ao vento
abraços à falta de tempo
que suga a vertigem
que tremia as pernas
na ponta da pedra
3 segundos
de gozo profundo
como a água
azul que devora
com sua boca silenciosa
que não consegue uma vez sequer
desamarrar essa imensidão inabalável
engole o corpo que despenca
mas é tão intenso que não aguenta
cospe a nado para a superfície
e esquece por um momento a crendice
que voar é impossível
e buscar ar nesse sopro molhado
é incompreensível
fluir como a cascata risível
aprofunda o baque rasgado
pela filtragem de pensamentos
se banhar de ferrugem do tempo
se empoeirar com a nudez do relento
boiar no céu do momento
como se no fundo fosse

uma eterna queda

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Que o concreto se encolha
Que o teto se exploda
Que sobre só ceu aberto
até onde a vista bata
e que a chuva rebata
qualquer atravancamento
no banho dos pensamentos,
bêbados de temporal.
A noite me chama
Mando ela partir
ela só faz sorrir
até que me cansa
dormir fica só na lembrança