domingo, 14 de agosto de 2011

Se entregar ao abismo
Ser amante da queda
braços abertos ao vento
abraços à falta de tempo
que suga a vertigem
que tremia as pernas
na ponta da pedra
3 segundos
de gozo profundo
como a água
azul que devora
com sua boca silenciosa
que não consegue uma vez sequer
desamarrar essa imensidão inabalável
engole o corpo que despenca
mas é tão intenso que não aguenta
cospe a nado para a superfície
e esquece por um momento a crendice
que voar é impossível
e buscar ar nesse sopro molhado
é incompreensível
fluir como a cascata risível
aprofunda o baque rasgado
pela filtragem de pensamentos
se banhar de ferrugem do tempo
se empoeirar com a nudez do relento
boiar no céu do momento
como se no fundo fosse

uma eterna queda

2 comentários:

  1. sim
    Uma eterna queda
    e
    lá no fundo
    bem lá no fundo
    eis que me encontro
    mergulhando no universo inteiro

    gostei!
    Até Alan

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