quarta-feira, 31 de outubro de 2012

De volta, Brasil
De bolso meio vazio
De sangue mais vermelho
Hemorrágico desespero
De calar o nada
Saciar em brasa
A veia escondida
de voltas, perdida
tão roubada, consumida
ainda de pé, Latina
o céu aberto
tatuado na retina

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Me samba
Em cima
Da cama
Sem vergonha
Do nosso leito se quebrar

Tem o chão do quarto inteiro
Pra nudez se encontrar

Toca meu cavaco com a ponta do teu lábio
Toco sua cuíca com tudo que for língua
Até que se foda de SALIVA

Me engana
Te entranha
Se assanha
Descabela de lembrança

Até que o gozo carnal
Me traga

CARNAVAL









terça-feira, 25 de setembro de 2012

Agora
Fome sem hora
Sede de tudo
dentro da carne
feita de mundo

domingo, 16 de setembro de 2012

Rotina
Um mal visceral
de sucrilho matinal

se come

Lavagem cerebral

sábado, 25 de agosto de 2012

Poesia

Filha vadia

Surge doendo
De parto natural

Mas quem nasce

Sou eu

terça-feira, 19 de junho de 2012

Garranchar besteiras
letra bonita não enche papel
palavrear cegueiras
para fingir que o tempo passa
de bom grado me arrasta
Mas quando sinto, do bonde já caí
de carona só com as pernas fora da saia
Meu sangue condicionado de cabra macho
espanta os possíveis solidários
Piso no corpo de cimento mole
que é este presente disforme
Só para deixar marcas dessa caminhada
Mas como é esperta essa hora marcada!
Seca nas primeiras passadas
Fico preso, de solidão esfarrapada
Cada tentativa endurece o cárcere
Cimentado em meu díspare horário
Anti-horário rodarei
Do outro lado do mundo
Sou é rei!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Minha vizinha tem um jeito amulherado de mel
Seus lábios são macios como as nuvens cheias de céu
Escorregadios como salpicos de chuva
Tua relva calma, te encabeçando de fios negros
e impenetrantes, longo pavio,não te aborreces...
Se encaixa na fluidez de teus quadris
e na melancolia amendoada de teus olhos sutis
Quero agora reconhecer tua loba escondida
e lhe causar tua verdadeira tempestade
me abrigar em tua meia verdade,
Arrancar uma lasca de teu sorriso pouco a vontade
Uivar,te embaralhar até não caber de selvagem
te fantasiar e me atiçar com seu pensamento em pele viva
queimando até a saliva
Viva luz de fogueira
Noite suada,foge ligeira
O breu se cativa
A distância friorenta entre dois apartamentos em Brasília
se converte em alucinação fugidia.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Férias

Brasilia

















Vazia








Asfixia











Beirando a extinção




Fogueira queimada


à bala de canhão





Eixinho,Eixao




Cada balão em sintonia




Asas entreabertas de fuga  maresia



Fuga da certidão do concreto vão




Cemitério dos ipês




Engravatamento dos desumanos porquês


















Meu peito




Taquicardia


Histeria















MINISTERIFOBIA