bicicleta,movida à perna,a calor do corpo
Desfila magrela
pela estrada poética,catraca nossa fadiga
Quando livres, exaustos,
só resta o cansaço
ela renasce,pulsa de arte
no ritmo do peito arfante
rasga o pulmão,asfixiante
para que o ar entre,
pedale,
se afague
se enamore com a vontade
de correr sem direção
leve como o guidom
Duas rodas que são pétalas,
no deserto de gasolina,
vão fecundar esta carnificina
com liberdade,com ardor
Duas rodas pra frente
sem engarrafamento que enfrente!