quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Prólogo ou saideira?
Sem delongas.Declaro aberta a temporada de caça,pois eu que mando nessa porra.Desaguo-me neste cinzeiro, rio de palavras pálidas que se rasteja entre as pernas entreabertas de minha maldição.Escrevo teu falso nome em vão.Te bato,te rasgo,te desejo,me apedrejo,faço-me o seu chão.Arranco-te a última de suas roupas,e como ainda continuas muda,pobres olhos a me fitar,roubo sua nudez marcada por hematomas,repletos do mais puro chacoalhar de mágoa,revolta e libido que se entrelaçam no desbotar de seus seios,um breve placebo para meus mendigos anseios,meu pseudo lirismo desbocado as avessas, voz de professor aposentado que não larga o seu osso,jamé.Vomito pelas brechas do discurso lógico,pois o sistema a minha volta pulsa ilógica,suas paredes brocham,suas genitálias sedentas morrem em sono desértico,e ao menor dos meus incômodos, seus alicerces gangrenam em pranto.Beijo o céu do meu abismo,meu vinho agora é vinagre,minhas asas declinam na neblina.Admita,meu bem,só nos resta uma vida de morfina.A luz é lembrança,a dor já se fartara.A madrugada está viva.
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