terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Brasil no fundo

Nosso abismo social
é maior que o monte Everest
Seus esgotos são mais populosos que Bangladesh
Seu fedor entope,que surpresa- as narinas menos sensíveis,conquista até as mais entupidas por tráfico de influência e as vistas cansadas por alienação.
Em sua profundidade cabem oceanos nada Pacíficos
Mas na superfície,há superficiais parasitas comodistas compulsórios,mais carniça do que ossos,menos vida do que negócios
boiam como se estivessem no Mar Morto,como se fossem merda indigesta na água,que não afunda mas se cala (Come quieto! De abutres o céu já não tem estacionamento pra boquinha).
Tiriricas, Sarneys e Fillipelis se seguram em suas bóias de vinte e seis mil reais
E dão tchauzinho!

Tchau Brasil! O prato quente é férias nas ilhas caribenhas!Em Dúúbaai!
Cicatrizes coloniais se danam no rosto tupiniquim
Nossa constituição é chacota em conversa de botequim
Pois se um se afoga, o anzol nomeado imunidade parlamentar
ou de praxe um auxílio- corruptas vidas
desinfeta a falta de vida que lhes veste a gravata

Um abismo social abismado no peito de cada brasileiro ousado,
que vomita a hipocrisia e o desapego generalizado
Podem tentar parasitar minha vida em forma de rotina,mas não vão tocar na poesia que explode em meus poros!É minha ferida,é o meu fardo,é minha metralhadora verbo gástrico!

Vão pra PUTA QUE PARIU!Vamô tirar a barriga poética do atraso!ocupa todo mundo a rampa do palácio do planalto,vamos trocar a burrocracia por poesia,a hierarquia fardada pela horizontalidade libertária,tirar nosso sangue deste inferno astral,afogar a causa do abismo social.

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