terça-feira, 21 de setembro de 2010

Parteira palavra

Palavra,
árdua,curta,náufraga.
Parteira monocelha,monocítara,monoseios.
Deusa afogada (em sopa paralítica)
Nosso affair calibre 38 me cheira a lambada, uma reles dor de cocada, barganha de coco barroco

Tu me matas de calvice
Borboleteia apendicite

em um jogo de mequetrefes frívolos: sou sua peça,cor de pele,cor de pétala,peteca,peteleco,pelé no xaveco,perereca murcha,sua baioneta,seu joelho de jagunço,nariz de palhaço furado nas fuças,meu corpo modesto atrás de seus xeque-mates.


Você,palavra,queres monopolizar de forma verbal o teatro de relações,mas escolheste a droga mais fraca,pois quando a palavra toque se desnuda,as pálpebras pulsam, íris-espelho dos hormônios tesudos,cinema mudo,sêmen contra útero, dois telespectadores.Boca mastiga boca,carne contra carne, luta que dura a bossa de uma tarde inteira, criança arteira que se balança em uma rede no quintal de um nordeste pederasta.

Minha voz te usa como disfarce, sobe,se contorce, metamorfose,mas do chão nunca larga.
Deixa minha bunda dormente e minha língua assanhada,cachoieira minha saliva devassa
peneira minha sílaba sentida
e seca meu suor com a sorte da primeira rapariga.

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